quinta-feira, 1 de novembro de 2012

O marujo e a sereia

Me apaixonei por ela sem ao menos vê-la.
Era apenas uma silhueta que me encantava em sonhos como fazem as sereias... E eu,
pobre marujo, em devaneios só pensava em tê-la.
E me perguntavam porque amar alguém que não se via, que isso era como o mar apaixonar-se pela aurora!
Mas eu sempre soube que era ela! Talvez não aqui e nem agora... Mas o destino é certo e como flecha certeiro, a esperarei em outra hora! Aquela que espero, a menina... Seu nome? Karina.
A cigana em minhas mãos viu o segredo. Olhando-me nos olhos perguntou:
"Do que tens tanto medo?"
Fiquei pálida! Assustada ao ver revelado aquilo que nem em pensar me atrevo!
_ Temo, oh cigana, que não seja bondoso o tempo! Que tire de mim a sereia... Que ela se vá com o vento! Quero aquele sorriso terno! Porque é mais que um sonho... É amor eterno!
Riu-se a cigana, deliciava-se ao rir-se de mim.
"Diga-me marujo, porque pensas assim?"
_Veja cigana, sou simples e meu amor é sincero, como não temer a perda daquilo que mais quero?
Parou de rir e me disse com olhar severo:
"Se não temes a morte, navega os setes mares e no fim verá que lá está sua sereia que há de amar-te o quanto a amares"
Sigo hoje meu coração que lateja como uma fogueira. Quente.
Sigo o conselho da cigana em busca daqueles lábios ardentes.
Minha sereia, meu amor, minha menina, só peço que acolha teu marujo, minha amada Karina.